Espiritualidade
no trabalho é saber conviver com a diversidade generalizada, desde o ponto de
vista das ideias até às emoções. Somente com uma maturidade espiritual existe a
possibilidade de substituir-se a comodidade de estar com a razão para massajar
o cargo e o ego, pelo sentimento de prioridades que a função exige e que a organização
precisa.
A
busca pela posse da razão tem causado conflitos ao longo da história das
empresas e ainda é responsável pela perda de muitos talentos. A espiritualidade
no trabalho consiste também em usar os seus sentidos tornando-se um observador
mais ponderado, respeitando limites. Para isso é necessário ter sentimentos sem
nenhum tipo de preconceito.
Com
uma visão mais profunda e menos critica de tudo ao seu redor, todo profissional
desfrutará da possibilidade de relacionar-se melhor com as suas ideias e as dos
outros, buscando resultados positivos não somente nas metas, mas, também, em
sorrisos e certeza de estar agindo pelo bem, pois somente o bem sempre encontra
um caminho.
Grandes
espiritualistas são grandes vendedores. Sempre foi assim ao longo da história e
por isso fizeram história. Cristo tinha um bom produto e com doze "profissionais
de vendas" que acreditaram em seu produto ainda fazem história. Pessoas
espiritualizadas sabem ser aquilo que o cliente precisa no momento do contacto.
Um vendedor tem de ser muitas coisas: psicólogo, benfiquista ou portista, médico, pai...
Isto
tudo, e talvez um pouco mais ainda, porque todo cliente, no fundo, permite
estabelecer um nível de relacionamento em alguma área. Profissionais
espiritualizados sempre possuem uma opinião muito mais bem formada que lhes dará
um acréscimo de reflexão interessante.
Profissionais
espiritualizados são muito mais sensíveis, razão pela qual os tornam mais
próximos de seus clientes e capazes de sugerir soluções em diversas áreas. A
espiritualidade extermina o interesse pelo negócio e implanta o respeito e
interesse por uma constante troca de possibilidades, com resultados positivos
para ambas as partes.
Quero
deixar claro que espiritualidade não é motivação. Motivação é um estado de
performance que podemos desenvolver todos os dias actuando com técnicas
pré-estabelecidas, pois somos os únicos elementos da natureza que geneticamente
fomos projectados pelo Universo com "design motivante".
Criar
motivos para agir na direcção em que se deseja, isso é motivação. Pessoas
desmotivadas o são pelo simples fato de ainda não terem descoberto motivos para
agir. A motivação actua como um pensamento positivo que, sem acção, torna seu
efeito nulo. Ela actua na produção de endorfina no cérebro e na parte externa e
física do corpo.
A
espiritualidade é um processo de crescimento e maturidade da sua essência como
ser humano. Daquilo que está além do físico e habita o etéreo. Está além da
mente! Ela pode vencer a mente.
Quando
sua mente sente raiva ou ódio, a espiritualidade espalha pelo seu corpo um
sentimento de perdão e livra-o de tais sentimentos. A espiritualidade é a
guardiã de nosso estado de espírito.
Numa
organização, enquanto a motivação incentiva à competição, a espiritualidade
incentiva à partilha. Uma organização voltada para a motivação somente um
profissional vence, enquanto numa que está voltada para a espiritualidade,
todos os profissionais sobem ao pódio e, melhor ainda, todos cabem no primeiro
lugar.
Espiritualidade
é o centro de um universo de máxima compreensão das nossas falhas e dos nossos
diabinhos interiores e, ainda, de nossa verdadeira missão neste Planeta: é um
movimento universal pelo bem e respeito ao próximo. A espiritualidade não está
baseada em fatos passados como as religiões, pois ela vive, a cada dia, o seu
presente e mostra o seu futuro em favor do seu próximo.
Então,
se é um profissional que está começando não dê início às suas actividades, como
muitos que vejo por aí, partindo apenas da sua necessidade. Descubra suas verdadeiras
aptidões e exercite-as, pratique a espiritualidade, acredite nas suas
capacidades, não faça nada que contrarie as normas da ética, não tenha metas a
cumprir e sim causas a desenvolver e, principalmente, tenha muito amor à sua
actividade.
Excerto de um Texto de César Romão adaptado pela (A Mónada)
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